É #FAKE que vídeo de cão achando armas em bolsa foi gravado em Bangu 1; cena ocorreu em terminal de ferryboat no Maranhão
É #FAKE que vídeo viral em que cão acha armas em bolsa de mulher foi gravado durante revista em presídio
Reprodução
Circula nas redes sociais um vídeo que mostra um cão policial encontrando armas em uma bolsa feminina durante uma revista. A legenda afirma que as cenas foram registradas no presídio de Bangu 1, no Rio. É #FAKE.
selo fake
g1
🛑 Como é a publicação falsa?
O vídeo, que circula fora de contexto no WhatsApp, mostra um cão policial revistando bolsas no chão. Em dado momento, o animal fareja uma bolsa rosa e encontra três armas.
Policiais – um deles usando um colete com os dizeres "Polícia Civil" e "Senarc" – comemoram a descoberta e acariciam o cachorro. Depois, prendem a mulher.
Adescrição do conteúdo mente ao citar que a cena ocorreu durante uma revista em uma penitenciária: "Presídio de Bangu 1, em dia de visitação. Já que o sistema, protetor de facções, proibiu a revista para não constranger visitantes inocentes, a administração do presídio usou um cão farejador. Vejam o resultado!". Na verdade, o registro foi feito em 2021, em um terminal de passageiros em São Luís (leia mais abaixo),
Mensagens fake tirando essa cena de contexto têm se disseminado desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a discutir a revista íntima, em 2020. Em abril deste ano, a Corte concluiu o julgamento do recurso que discute a validade do procedimento íntima em presídios. Os ministros consideraram ser inadmissível que isso seja feito de forma vexatória (entenda o contexto ao final desta reportagem).
⚠️ Por que a publicação é falsa?
Embora seja real – e não algo produzido por inteligência artificial (IA), por exemplo –, o vídeo não mostra uma revista no presídio de Bangu 1. Trata-se de uma gravação feita, em 2021, no Terminal da Ponta da Espera, em São Luís (leia detalhes abaixo). O local oferece transporte por ferryboat.
Procurada pelo Fato ou Fake, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro redspondeu, por e-mail: "As imagens não têm relação com o sistema penitenciário fluminense e não correspondem a qualquer procedimento realizado".
Para encontrar a origem desse conteúdo, o Fato ou Fake tirou um print do vídeo e fez uma busca reversa no Google Lens. Essa pesquisa serve para verificar o material havia sido reproduzido anteriormente por fontes confiáveis – e em que contexto.
O resultado levou a notícias sobre a operação no terminal de passageiros em São Luis, há mais de cinco anos.
Uma busca por palavras-chave indicou um comunicado publicado em 9 de fevereiro de 2021 no site da Polícia Civil do Maranhão, com o seguinte título: "Polícia Civil efetua prsão em flagrante de passageira que transportava armas e munições no Terminal Ponta da Espera".
Um trecho da nota diz: "Durante abordagens de rotina que visam prevenir o tráfico de drogas, investigadores da Superintendência Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Senarc), auxiliados pelo cão policial Baruk, revistaram um micro-ônibus [...], ocasião em que Baruk indicou algo suspeito na bagagem de uma das ocupantes do veículo. [...] foi encontrada uma pistola calibre .40, uma pistola calibre .380, e um revólver calibre .38 com numeração suprimida, além de dezenas de munições [...]".
📌 Qual o contexto da fake?
Em 2 de abril, o Supremo publicou em seu site uma nota com o título "STF proíbe revista humilhante em presídio e admite inspeção íntima em casos excepcionais".
O texto explica a decisão: "A revista íntima, com a retirada total ou parcial de roupas e a inspeção de regiões do corpo, continua sendo possível em casos excepcionais. Ela pode ser feita quando for impossível usar scanners corporais ou equipamentos de raio-X e quando houver indícios 'robustos' e 'verificáveis' de suspeita – e desde que o visitante concorde em ser revistado. Se não concordar, a visita pode ser barrada. O procedimento deve ser justificado pelo poder público caso a caso".
Os ministros diferenciaram o procedimento vexatório da revista íntima pessoal, que está dentro da legalidade.
Na revista íntima vexatória, proibida pelo STF, o visitante precisa ficar parcialmente ou totalmente nu e, por vezes, tem de se agachar e expor órgãos genitais à observação de agentes penitenciários. Excessos e abusos podem levar agentes públicos a serem responsabilizados.
A revista íntima pessoal pode ser feita, na impossibilidade de uso de equipamentos eletrônicos, por exemplo. Nessas situações, deverá ser motivada, depende da concordância do visitante e será feita preferencialmente por profissionais de saúde.
Provas obtidas a partir da revista vexatória não serão usadas em processos judiciais, a partir da decisão do STF.
Autoridades nos presídios podem impedir entrada a visita se houver indícios robustos de que a pessoa tem itens irregulares consigo.
O texto estabeleceu, para União e estados, ter prazo de 24 meses para compra de equipamentos eletrônicos para revista.
É #FAKE que vídeo viral em que cão acha armas em bolsa de mulher foi gravado durante revista em presídio
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