Justiça condena mais cinco por integrar quadrilha de agiotas que movimentou mais de R$ 60 milhões na região de Franca, SP
26/11/2025
(Foto: Reprodução) Operação contra quadrilha de agiotas apreendeu relógio de luxo e R$ 150 mil
Gaeco
Mais cinco pessoas que faziam parte da quadrilha de agiotas que movimentou mais de R$ 60 milhões nos últimos anos na região de Franca (SP) foram condenadas nesta terça-feira (25) por organização criminosa, usura com cobrança de juros abusivos mediante grave ameaça, corrupção ativa e lavagem de capitais.
Rayander Luiz Nascimento, Célio Luís Martins, Jonathan Nogueira dos Santos Reis, e os irmãos Everaldo Bastos Guimarães e Eraldo Bastos Guimarães receberam as penas de 17 anos, 3 meses e 18 dias de reclusão em regime inicial fechado e 7 meses e 6 dias de detenção em regime semiaberto para o crime de usura.
A quadrilha agiu entre 2020 e 2024 e, segundo o Ministério Público, operava de forma estruturada e com clara divisão de funções. O g1 tenta localizar a defesa dos condenados.
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As investigações do Ministério Público, que começaram por meio da Operação Castelo de Areia, apontaram que as provas reunidas (interceptações telefônicas, análise de transações bancárias e documentos apreendidos) demonstraram permanência, hierarquia e coordenação entre os envolvidos.
Na decisão, o juiz Orlando Brossi Júnior ainda determinou a prisão imediata de Célio e Eraldo, que respondiam ao processo em liberdade e prisão domiciliar.
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Em dezembro do ano passado, sete pessoas, entre elas, um ex-policial, já tinham sido condenadas a 20 anos por integrar a mesma quadrilha.
São elas: Evanderson Lopes Guimarães, Douglas de Oliveira Guimarães, Ezequias Bastos Guimarães, Ronny Hernandes Alves dos Santos, Bruno Bastos Guimarães, Leomábio Paixão da Silva e o ex-policial civil Rogério Camillo Requel.
A quadrilha fazia ameaças de morte aos inadimplentes e a pessoas próximas a eles. Cópias das conversas, obtidas pelo Ministério Público com autorização da Justiça, foram anexadas às denúncias e, de acordo com os promotores de Justiça, comprovam a violência utilizada pela organização criminosa para reaver o dinheiro.
Veja momento da prisão de alguns dos integrantes da quadrilha, em novembro do ano passado:
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A primeira fase da Operação Castelo de Areia ocorreu entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, quando sete pessoas acabaram presas suspeitas de movimentar R$ 36 milhões, inicialmente. Em dezembro, todas elas, incluindo o ex-policial civil, foram condenadas a 20 anos de prisão.
Rogério Camillo Requel recebeu, em três meses, cerca de R$ 340 mil provenientes do esquema, segundo denúncia do MP.
As investigações apontaram que a quadrilha emprestava dinheiro a juros exorbitantes e depois cobrava as vítimas por meio de graves ameaças. Os chefes do esquema eram pai, filho e sobrinho.
Ronny era um dos membros da quadrilha que ameaçavam de morte os inadimplentes e as pessoas próximas.
Segundo o MP, conversas comprovam violência empregada por quadrilha de agiotas em Franca, SP
Reprodução
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), mesmo com as prisões anteriores, outros integrantes mantiveram a quadrilha ativa e diziam em conversas entre eles que 'nada os intimidariam e, até mesmo, jamais seriam punidos'.
Isso motivou a deflagração da segunda fase da operação, em junho deste ano. Desta vez, as investigações apontaram uma nova movimentação, de cerca de R$ 31 milhões.
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