Magnitsky: Lula diz que Trump deu 'presente' de aniversário a Moraes ao retirá-lo de lista de sanções
12/12/2025
(Foto: Reprodução) G1 em 1 Minuto: Governo americano retira Alexandre de Moraes da lei Magnitsky
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (12) que a retirada do nome do ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de uma lista de pessoas sancionadas pelo governo americano foi um "presente" de aniversário do presidente dos EUA Donald Trump para o ministro – o ministro completa 57 anos neste sábado (13).
"O Trump deu de presente pra ele o reconhecimento de que não era justo um presidente de um outro país punir um ministro da Suprema Corte porque estava cumprindo com a Constituição brasileira", disse Lula.
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Se dirigindo ao ministro do STF, o presidente relatou a conversa que teve sobre o assunto na última semana com o chefe de Estado americano.
"Na conversa que eu tive com o Trump na semana passada, Alexandre, ele perguntou 'é bom pra você?' Eu falei 'não é bom pra mim, é bom pro Brasil, é bom pra democracia brasileira. Aqui você não está tratando de amigo pra amigo, você está tratando de nação pra nação. E a Suprema Corte, pra nós, é uma coisa muito importante, Trump'", discursou o presidente brasileiro.
Alexandre de Moraes, ministro do STF, com a esposa Viviane Barci de Moraes - 01/01/2023
Ricardo Stuckert/PR
Lula e Moraes participam da cerimônia de lançamento do canal de notícias SBT News.
O g1 apurou que, nesta sexta, Lula enviou uma mensagem de agradecimento a Trump após o anúncio da retirada das sanções. Apesar disso, no discurso, o presidente brasileiro voltou a criticar a aplicação das sanções a autoridades do país pelo governo dos Estados Unidos.
"Ainda faltam mais pessoas porque não é possível admitir que um presidente de um país possa punir, com as leis dele, autoridades de outro país que estão exercendo a democracia. Portanto, a tua vitória, Alexandre, é uma vitória da democracia brasileira", enfatizou Lula.
Mais cedo, o próprio ministro havia comemorado a decisão como uma "vitória tripla do Judiciário" brasileiro.
Fim da sanção
A retirada dos nomes de Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, da lista de sancionados da Lei Magnitsky foi anunciada pelo governo americano nesta sexta-feira.
A lei é utilizada pelo governo norte-americano para sancionar estrangeiros. Moraes foi incluído na lista de punidos em julho deste ano e sua esposa, em setembro.
🔎Por conta da sanção, todos os eventuais bens de Moraes, da esposa e de uma empresa pertencente ao casal nos EUA estavam bloqueados.
🔎 Cidadãos americanos estavam proibidos de realizar qualquer transação que envolvia bens ou interesses em propriedade de Moraes ou esposa, seja nos EUA ou em trânsito, incluindo fornecer ou receber fundos, bens ou serviços.
O comunicado não informava o motivo da remoção dos nomes, mas um funcionário da Administração Trump disse à repórter da TV Globo em Washington Raquel Krähenbühl que as sanções eram "inconsistentes" com os interesses dos EUA.
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O mesmo oficial também mencionou a aprovação do chamado PL da Dosimetria pela Câmara dos Deputados como "um passo na direção certa".
O projeto pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros condenados pela tentativa de golpe de Estado em 2022 – o julgamento de Bolsonaro pelo STF foi um dos motivos mencionados pelo governo americano à época da aplicação das sanções a Moraes.
No governo federal, porém, a manifestação é vista como um "ato de desespero" do governo Trump para tentar justificar a medida.