MP pede à Justiça que acusados de assassinato de advogado sejam levados a júri popular
23/12/2025
(Foto: Reprodução) Advogado Silvio Silva, conselheiro da OAB-CE, foi morto a tiros nesta segunda-feira (5) em Fortaleza
Reprodução
O Ministério Público do Ceará solicitou à Justiça que os quatro acusados do assassinato do advogado criminalista Silvio Vieira da Silva, de 54 anos, sejam levados a júri popular. Na última sexta-feira (19), o órgão apresentou as alegações finais na Ação Penal que apura o crime ocorrido em Fortaleza.
Em maio deste ano, Silvio Vieira foi atraído ao Bairro Genibaú sob o pretexto de receber uma quantia de R$ 4 mil referente a um pagamento. No entanto, ao chegar ao local combinado, ele foi baleado pelos criminosos e morreu dentro do próprio veículo. Além disso, teve os pertences furtados.
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Uma das linhas de investigação da polícia é que a motivação do crime estaria relacionada ao fato de Silvio não ter conseguido a soltura do chefe de uma facção criminosa. Em agosto, quatro pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público.
Foram denunciados pelo assassinato do advogado Silvio Vieira:
Breno Araújo Xavier, o "Blindado" - chefe da facção criminosa Comando Vermelho e mandante do crime;
Lucas Arruda Rolim - advogado que trabalhava com a vítima e teria ajudado na execução do plano;
Pedro Guilherme Bandeira Lourenço, o "Lourim" - executor; e
Francisco Robert Teixeira de Mesquita, o "Itapajé" - executor.
Advogado assassinado em Fortaleza foi atraído ao local do crime sob o pretexto de receber pagamento de R$ 4 mil.
Arnaldo Araújo/ SVM
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Pedro e Robert foram presos horas após a morte do advogado, com a ajuda de uma ligação anônima que delatou a identidade dos criminosos.
Em julho, o advogado Lucas Arruda Rolim também foi capturado. Ele já possuía antecedentes por organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Já Breno Blindado, teria fugido para o Rio de Janeiro e está escondido em uma comunidade dominada pelo Comando Vermelho (CV). Há um mandado de prisão contra ele e o criminoso é considerado foragido.
Chefe de facção teria planejado morte de advogado
Para o Ministério Público, os quatro réus devem ser julgados pelo Tribunal do Júri, em razão das provas produzidas no curso processual.
Se acolhido o pedido, os quatro deverão responder pelos seguintes crimes:
homicídio “quadruplamente” qualificado (por motivo torpe, com emprego de meio cruel, com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e com utilização de arma de fogo de uso restrito);
organização criminosa armada e
furto qualificado.
O processo segue em segredo de justiça e, em razão do recesso forense, terá seu trâmite retomado em janeiro de 2026.
Quem era a vítima
Silvio Vieira da Silva, de 54 anos, foi morto no bairro Genibaú, em Fortaleza.
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Formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), o advogado Silvio Vieira era especializado em Direito Criminal e atuava como conselheiro seccional da OAB-CE para a gestão 2025-2027.
Ele era conhecido por atuar na defesa de policiais e em outros processos de grande repercussão, como a Chacina do Curió, que deixou 11 mortos em Fortaleza.
Ele também atuava como advogado de defesa do professor Leonardo Nascimento Chaves, acusado de encomendar a morte da própria esposa, a contadora Kaianne Chaves, assassinada dentro de casa em uma simulação de latrocínio.
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