Obras Inacabadas: escola de quase R$ 3 milhões vai ser demolida sem nunca ter sido usada no Sertão da Paraíba

  • 10/12/2025
(Foto: Reprodução)
Obras Inacabadas: Creche no Sertão terá custo quase dobrado após paralisação das obras Uma escola municipal da cidade de Teixeira, no Sertão da Paraíba, que custou quase R$ 3 milhões vai ser demolida sem nunca ter sido usada pelos alunos na cidade. A obra, que começou em 2014, não foi terminada e, de acordo com relatório do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), há risco de desabamento por conta de uma série de irregularidades. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PB no WhatsApp Outra obra inacabada, que nunca foi utilizada pela população está na cidade de Bayeux, na Grande João Pessoa. No Conjunto Mariz, em Bayeux, uma creche que começou a ser construída em 2014 foi tomada pelo mato e pela ação do tempo. Naquele ano um acordo entre a prefeitura e o governo do estado, no valor de R$ 646 mil foram gastos. Em 2017, o acordo foi encerrado sem que a obra tivesse sido concluída. As duas obras não finalizadas estão na segunda parte da série do JPB2, “Obras Inacabadas: 3ª Temporada”, em que os repórteres Laerte Cerqueira e Beto Silva viajaram por 11 cidades do estado, para averiguar obras que foram iniciadas por gestores públicos, mas que nunca foram finalizadas, representando um grave prejuízo de dinheiro público. Ao todo, foram 14 obras visitadas. As reportagens começaram a ser exibidas no JPB2, de 9 a 12 de dezembro; e reexibidas no Bom Dia Paraíba, entre os dias 10 e 15 de dezembro. No Bom dia Paraíba, especialistas ampliam o debate sobre o tema das obras paradas, falando sobre fiscalização, participação população e prejuízos coletivos. Complexo escolar em Teixeira, no Sertão da Paraíba, não foi entregue e vai ser demolido por risco de desabamento TV Cabo Branco Laudo técnico aponta construção errada de escola não entregue Escola está comprometida do ponto de vista da engenharia e corre risco de desabamento, de acordo com secretário de finanças TV Cabo Branco A escola que fica próxima ao perímetro urbano de Teixeira começou a ser construída em 2014 e, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU) e conta com uma estrutura projetada para 12 salas em uma área de 3 mil metros quadrados. Atualmente, está tomada pelo mato e pela deterioração. No espaço da escola existe pátio, bancos e salas comprometidas por infiltrações e falhas estruturais. A situação é considera grave por laudos técnicos do Ministério da Educação, que condenaram toda a construção após uma tentativa de retomada após a inutilidade. “Infelizmente, corre o risco de desabar”, afirmou o secretário de Finanças do município, Renato Marques. Segundo o secretário, a perícia do FNDE identificou um “vício construtivo de engenharia”. Um laudo técnico, emitido em 2021, apontou fundações e pilares com dimensões e ferragens incorretas, ausência de vigas e passarelas previstas no projeto, a construção em local diferente do planejado e falhas graves de concretagem. Parte do que foi pago, como muretas, alvenarias e janelas, não chegou a ser executado. Mesmo assim, conforme a perícia, a prefeitura de Teixeira pagou R$ 2,9 milhões, cerca de 85% do valor total, embora apenas 45% da obra tenha sido realizada. A Justiça Federal condenou o ex-prefeito Edmilson Alves dos Reis, conhecido como "Nego de Guri", por improbidade administrativa. A decisão afirma que ele autorizou pagamentos indevidos, sabia que a obra era executada por terceiros e não pela empresa contratada, e participou de um esquema de fraude e desvio de recursos públicos. O rombo chegou a R$ 1,4 milhão. O ex-gestor e a empresa envolvida — também condenada — negam as acusações e recorrem. Creche no Sertão deve custar o dobro do planejado Creche em Belém do Brejo do Cruz, no Sertão da Paraíba, também está abandonada TV Cabo Branco Uma creche iniciada em 2021 com recursos federais na cidade de Belém do Brejo do Cruz, também no Sertão da Paraíba, está inacabada. O local tem o portão quebrado e mato alto. A obra foi orçada em R$ 1,5 milhão, mas nem a gestão atual nem a anterior informaram quanto já foi gasto. O ex-prefeito Evandro Maia, ao ser questionado sobre o motivo da paralisação, respondeu: “Foi um problema com a empresa”. Perguntado se sabia exatamente o que ocorreu, afirmou apenas: “Parou porque a empresa falou que não dava”. Moradores lamentam a demora. Joaquim Leite da Silva destacou que a creche faria diferença para muitas famílias. “Aqui ia deixar mais de 200 mães de família procurando serviço e as crianças aí. A gente é quem paga, né? E não sou só eu, é todo mundo. Uma obra dessa era pra tá funcionando”, disse. A prefeitura afirma que a obra finalmente será retomada ainda este ano. Segundo o prefeito Leomar Maia, após a repactuação com o governo federal, uma nova empresa venceu a licitação. “Nos próximos dez dias a obra será retomada”, disse. O valor atualizado é de R$ 1,117 milhão, e o prazo estimado para conclusão varia de 10 meses a um ano. A dona de casa Ana Francisca, que mora na cidade, explica que as crianças do bairro precisam ser levadas para outra região da cidade para ter com quem ficar. “O ônibus vem pegar e deixar, mas se tiver aqui vai andando. Para as mães que não têm com quem deixar, uma creche facilita tudo.” Creche em Bayeux está em ruínas há mais de 10 anos Creche em Bayeux, na Grande João Pessoa, está em ruínas há mais de 10 anos TV Cabo Branco A creche em Bayeux iniciada em 2014, no Cojunto Mariz, tem a estrutura abandona desde então. Desde 2017, a açãop do tempo todo o telhado desapareceu e a degradação se intensificou. De acordo com dados da Controladoria-Geral do Estado, já foram gastos R$ 194 mil na construção da creche. A atual gestão avalia se há condições técnicas para retomar a obra ou se será necessário demolir a estrutura existente e iniciar um novo projeto no local. Maria Clara, dona de casa, diz que a filha de quatro anos não conseguiu estudar na creche e precisou ser matriculada no bairro Mutirão, a 20 minutos a pé. “Todo mundo aqui desse bairro tem que ir para o (bairro) do Mutirão, tendo essa estrutura aí que poderia ajudar. A gente fica muito triste, porque quer o melhor para os filhos. Poderia tá cheio de criança, a gente trabalhando”, relatou. O que dizem os envolvidos A Secretaria de Estado da Educação (SEE-PB) informou que não dispõe de detalhes sobre a obra da creche em Bayeux, por se tratar de um convênio firmado em gestões anteriores, o que impossibilita esclarecer a situação atual do projeto. Um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em 2018 identificou irregularidades na licitação e pagamentos indevidos superiores a R$ 84 mil. No relatório, o TCE apontou que gestores municipais e estaduais deveriam ser responsabilizados pelas falhas constatadas. No caso da escola que será demolida em Teixeira, a defesa do ex-prefeito "Nego de Guri" informou que ajuizou uma ação contra a empresa responsável pela obra, em razão das irregularidades identificadas. A empresa M&M Construções, condenada junto com o ex-gestor, não foi localizada pela reportagem para comentar o assunto. Já a Prefeitura de Belém do Brejo do Cruz informou que a obra da creche deve começar na segunda quinzena de janeiro. Até a última atualização desta reportagem, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) não tinha informações sobre procedimentos instaurados para apurar responsabilidades ou investigar as irregularidades relacionadas às obras. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba

FONTE: https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2025/12/10/obras-inacabadas-escola-de-quase-r-3-milhoes-vai-ser-demolida-sem-nunca-ter-sido-usada-no-sertao-da-paraiba.ghtml


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