TCU vai notificar governo sobre riscos de buscar limite inferior em vez do centro da meta fiscal
03/12/2025
(Foto: Reprodução) O Tribunal de Contas da União (TCU) vai informar o governo federal que não é ideal perseguir o limite inferior da banda de tolerância para fins de contingenciamento de recursos, ou seja, para congelar um volume menor de despesas e cumprir a meta fiscal.
A Corte não avalia a conduta como irregular, nem regular, mas aponta riscos da prática para a dívida pública e a integridade do arcabouço fiscal.
🔎 A meta fiscal é estruturada em três faixas: superior, central e inferior. A meta central de 2026 enviada pelo governo prevê déficit zero, como nos últimos anos.
🔎 As duas outras bandas, conhecidas como intervalos de tolerância, permitem que o governo seja considerado cumpridor da meta fiscal mesmo que o resultado fique acima ou abaixo do déficit zero.
Em setembro, a Corte de Contas havia dito ao Executivo que perseguir o limite inferior da banda de tolerância para fins de contingenciamento é irregular e que o parâmetro correto a ser perseguido era o centro da meta — isto é, de déficit zero.
A equipe econômica do governo avaliou que a mudança poderia levar a um bloqueio de até R$ 30 bilhões nas contas, levando a um colapso da máquina pública neste ano.
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Após recurso do governo, o TCU autorizou essa prática em 2025. E, em outubro, o Congresso aprovou uma mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano para permitir que o governo continue a mirar o limite inferior da meta fiscal.
Na prática, a medida permite que eventuais congelamentos e bloqueios de despesas sejam feitos mirando o piso da meta orçamentária de 2025.
Diante disso, os ministros do TCU apontaram, nesta quarta-feira (3), que a discussão perdeu o objeto após o congresso ter legislado sobre o assunto. Porém, vai avisar mesmo assim o Executivo sobre os riscos da prática.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em imagem de 2025
Reuters via BBC