'Tô nem aí', diz ministro da Saúde sobre possibilidade de não receber visto para entrar nos EUA
16/09/2025
(Foto: Reprodução) O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em imagem de agosto de 2025
Ricardo Stuckert/PR
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta terça-feira (16) que não está "nem aí" para a possibilidade de não ter a sua entrada nos Estados Unidos autorizada pelo governo de Donald Trump.
O ministro deu a declaração durante entrevista a jornalistas após o lançamento de um cronograma para integrar o Cadastro SUS ao CPF.
Padilha disse ter sido convidado a uma reunião de ministros da Saúde de diferentes países que vai acontecer, neste mês, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York. E também para um encontro da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Washington, capital norte-americana.
No entanto, o ministro disse que ainda não sabe se vai participar dos eventos, porque, segundo ele, precisa acompanhar votações no Congresso Nacional.
Ele minimizou a possibilidade de os EUA não concederem visto para ele e citou música da cantora Luka, que foi hit no Brasil nos anos 2000.
"Esse negócio do visto eu to igual aquela música: "Tô nem aí", sabe? Vocês tão mais preocupados com o visto do que eu, certo? Tô nem aí. Eu acho que só fica preocupado quem quer ir para os Estados Unidos. Eu não quero ir para os Estados Unidos", disse Padilha.
Ele aproveitou o contexto para alfinetar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deixou o Brasil para viver nos Estados Unidos, onde, segundo a Polícia Federal, tem agido contra autoridades brasileiras.
"Só fica preocupado com visto quem quer sair do Brasil, ou quem quer ir pra lá pra fazer lobby de traição da pátria, como alguns tão fazendo. Não é o meu interesse, tá certo? Então eu tô nem aí com relação a isso", frisou.
Vistos de pessoas ligadas ao Mais Médicos
EUA suspendem visto de mais 2 brasileiras por causa do Programa Mais Médicos
No mês passado, os Estados Unidos cancelaram o visto da mulher e da filha, de 10 anos, de Alexandre de Padilha. O visto do ministro não foi cancelado porque já estava vencido.
Padilha comandava o Ministério da Saúde em 2013, quando foi criado o programa Mais Médicos. Recentemente, o Departamento de Estado dos EUA revogou vistos de funcionários do governo brasileiro ligados ao programa.
Foram revogados os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do ministério e atual coordenador-geral para COP30.
O anúncio das sanções foi acompanhado de uma postagem da embaixada americana em Brasília, atribuída à Agência para as Relações com o Hemisfério Ocidental.
No texto, o Mais Médicos é descrito como "um golpe diplomático que explorou médicos cubanos, enriqueceu o regime cubano corrupto e foi acobertado por autoridades brasileiras e ex-funcionários da Opas [sigla da Organização Panamericana da Saúde]".